Informe Saúde: Julho amarelo - um sinal de alerta para as hepatites virais

No calendário de saúde do Ministério da Saúde o mês de julho é destinado a reforçar as ações de saúde para população em geral quanto a informação, detecção precoce, prevenção e tratamento das Hepatites Virais, visto que são um grave problema de saúde pública no Brasil.  A escolha do mês de julho deve-se ao fato de no dia 28 de julho ser comemorado o “Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais”, data escolhida pela Organização Mundial da Saúde.

Segundo dados do Ministério da Saúde (2019) em 2017 o Brasil registrou 40.198 casos novos de hepatites virais, sendo que 70% dos óbitos por hepatites são decorrentes da hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). Entre as hepatites, o tipo C da doença é a mais letal, com 26.167 casos notificados em 2018 no Brasil, com taxa de detecção de 13 casos por 100 mil habitantes. Já com relação à hepatite B, foram registrados no ano passado, 13.992 casos, o que representa 7 casos por 100 mil habitantes.

O que são Hepatites Virais?

São doenças silenciosas causadas por vírus que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes não apresentam sintomas, mas quando presentes podem surgir: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Conhecendo as Hepatites Virais:

HEPATITE A

Infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, causando na maioria das vezes doença de caráter benigno. A transmissão da hepatite A é fecal-oral, ou seja, contato de fezes com a boca através de alimentos ou água contaminados, baixos níveis de saneamento básico, de higiene pessoal e contato com pessoas contaminadas também estão relacionados com a doença. Os sintomas geralmente são de curso leve. Prevenção: manter boa higiene pessoal e das mãos antes e após as refeições, cozinhar bem os alimentos antes do consumo, higienizar com água tratada e deixar de molho em uma solução de água com hipoclorito de sódio por 10 min os alimentos consumidos crus entre outros. A vacina da Hepatite A é atualmente a principal forma de prevenção, no SUS faz parte do calendário de vacinação infantil em dose única aos 15 meses.

HEPATITE B

Infecção causada pelo vírus B da Hepatite (HBV) que pode se manifestar na forma aguda ou crônica. Geralmente os sintomas costumam surgir em fases mais avançadas da doença, as vezes sendo diagnosticada décadas após a infecção, dificultando o diagnóstico precoce da infecção. A Hepatite B se transmite da mãe para o bebê durante a gestação ou durante o parto, através de relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. Prevenção: usar preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem, colocação de piercings e realização de testagem rápida ou sorologia para Hepatite B em gestantes durante o pré-natal. Vacinação: é a principal forma de prevenção de infecção pelo vírus. No SUS a vacina contra Hepatite B está disponível no esquema de 3 doses para pessoas não imunizadas e independente da faixa etária. 

HEPATITE C

É um processo infeccioso e inflamatório causado pelo vírus da Hepatite C (HCV) que pode evoluir de forma aguda ou crônica. A forma crônica é a mais comum e geralmente a pessoa não apresenta sintomas podendo evoluir ao longo do tempo para cirrose hepática e câncer hepático. A transmissão da Hepatite C ocorre através do contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos); falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; falha de esterilização de equipamentos de manicure; reutilização de material para realização de tatuagem; procedimentos invasivos (ex: hemodiálise, cirurgias, transfusão) sem os devidos cuidados de biossegurança; relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum). Prevenção: não compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes de uso pessoal; gestantes devem fazer teste rápido para Hepatite C no pré-natal; usar preservativo nas relações sexuais entre outros. 

HEPATITE D 

A hepatite D, também chamada de Delta, está associada com a presença do vírus B da hepatite para causar a infecção e inflamação das células do fígado. A hepatite D crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado para descompensação, câncer de fígado e morte. O modo de transmissão é o mesmo da Hepatite B. O modo de prevenção é semelhante ao da Hepatite B. 

HEPATITE E

A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E (HEV). O vírus causa hepatite aguda de curta duração de caráter geralmente benigno. O vírus da hepatite E é transmitido principalmente pela via fecal-oral pelo consumo de água contaminada. O modo de prevenção é semelhante ao da Hepatite A. 

Informações Úteis:

• Todas as gestantes que iniciam pré-natal devem fazer exames para Hepatites B e C, seja através de teste rápidos ou sorologias. Estes exames estão disponíveis no SUS.
• Qualquer pessoa pode fazer exames para Hepatite B, C, Sífilis e HIV de forma gratuita no SUS. Os exames podem ser realizados em qualquer unidade de saúde ou centros de testagem rápida. 

Locais de Testagem em Belém:

Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Endereço: Av. Alm. Tamandaré, s/n - Campina, Belém - PA, 66023-000. Telefone: (91) 3241-7207. Funcionamento: segunda à sexta de 08:00 às 17:00.

Ure Dipe. Endereço: Av. Sen. Lemos - Telégrafo Sem Fio, Belém - PA, 66110-000. Telefone: (91) 3244-4805. Funcionamento: segunda à sexta de 08:00 às 17:00.

Fonte: Ministério da Saúde

Setor Ambulatorial - SAB | IFPA Campus Belém